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III Simpósio Brasileiro de Recursos Naturais do Semiárido – SBRNS “Manejo de bacias hidrográficas em regiões semiáridas: potencialização da produção de água” Fortaleza - Ceará, Brasil 20 a 22 de junho de 2017

doi: 10.18068/IIISBRNS2017.crns634

ISSN: 2359-2028

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE ABÓBORA (Cucurbita spp.) SOB SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO EM DOIS SUBSTRATOS. Francisca Gleiciane Nascimento Lopes1, Ademir Silva Menezes2, Carolina da Chagas da Silva3, Luis Gonzaga Pinheiro Neto4, Francisco José Carvalho Moreira4 1Graduando

em Tecnologia de Irrigação e Drenagem, Instituto Federal do Ceará (IFCE), Campus Sobral. Bolsistas de Iniciação Científica do Programa PIBIC/CNPq. E-mail: [email protected]; 2Tecnólogo em Irrigação e Drenagem, Mestre em Ciência do Solo, Instituto Federal do Ceará (IFCE), Campus Sobral; 3Estudante do Curso Técnico em Fruticultura, Bolsistas de Iniciação Científica do Programa PIBICjr/IFCE, Instituto Federal do Ceará (IFCE), Campus Sobral; 4Professores do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Campus Sobral.

RESUMO: A abóbora a moranga (Cucurbita maxima), espécie pertencente à família das cucurbitáceas, são de grande importância socioeconômica para a população brasileira. O ensaio experimental foi desenvolvido em Telado Agrícola do Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, Campus Sobral, desde o dia primeiro a quinze de Fevereiro de 2017. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a emergência das plântulas e o crescimento inicial de abóbora moranga sob salinidade da água de irrigação em dois substratos (fibra de coco e esterco caprino) em arranjo fatorial de 5 x 2, sendo cinco níveis de sais e dois substratos com cinco repetições. Aos 15 dias após a semeadura, realizou-se a avaliação final do ensaio, efetuou-se a mensuração da porcentagem de emergência das sementes (%E), Altura da planta (AP), Diâmetro do caule (DC), Número de folhas por planta (NF), Comprimento de raiz (CR), MSPA e MSR. De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que a Abóbora Moranga teve sua porcentagem de emergência e seu crescimento inicial reduzido em função do aumento da concentração de sais, no intervalo variando de 0,3 a 6,0 dS m-1. PALAVRAS CHAVES: Cucurbita maxima, concentrações de sais, material orgânico, estresse. INITIAL GROWTH OF PUMPKIN (Cucurbit spp) UNDER WATER SALINITY OF IRRIGATION IN DIFFERENT SUBSTRATES ABSTRACT: The squash (Cucurbita maxima), a species belonging to the cucurbit family, is of great socioeconomic importance for the Brazilian population. The experimental work was carried out at the Agricultural screen of the Institute of the Federal Institute of Education, Science and Technology of Ceará - IFCE, Campus Sobral, from the first to the fifteenth of February 2017. This study aimed to evaluate the emergence of seedlings and initial growth Of pumpkin moranga under salinity of irrigation water in two substrates (coconut fiber and manure goat) in factorial arrangement of 5 x 2, being five levels of salts and two substrates with five repetitions. After 15 days of sowing, the final evaluation of the test was carried out, the percentage of seed emergence (%E), Plant height (PH), stem diameter (SD), number of leaf for plant (NL), root length (RL), MSPA and MSR. According to the results obtained, it was found that the Moranga Squash had its emergency percentage and its initial growth reduced as a function of the increase of the salt concentration, in the interval ranging from 0.3 to 6.0 dS m-1. KEY WORDS: Cucurbita maxima, salt concentrations, organic material, stress.

INTRODUÇÃO A abóbora a moranga (Cucurbita maxima), espécie pertencente à família das Cucurbitaceaes, são de grande importância socioeconômica para a população brasileira. Seus frutos apresentam grande valor econômico e alimentar. O cultivo desse grupo de espécies no Brasil tem grande importância econômica e social na geração de empregos diretos e indiretos e de renda (RESENDE et al., 2013). Na região do Nordeste brasileiro, o cultivo da abóbora é comum, entretanto, seu cultivo, ainda, é considerado de subsistência (CARMO et al., 2011), sendo produzida, principalmente, em condições de sequeiro. Assim, muitos produtores da região têm acatado a irrigação como a tecnologia que mais contribui para o aumento da produtividade, mas, devido à escassez de recursos hídricos de boa qualidade tem-se empregado água de qualidade inferior, dentre as quais se destacam as águas salobras ou salinizadas, consequentemente, acarreta na salinização do solo e redução no rendimento das plantas cultivadas. Em tais casos, a utilização da água salina fica condicionada à tolerância à salinidade pelas plantas e ao manejo adequado da irrigação (MEDEIROS et al., 2007). Ademais, a maioriados produtores rurais de hortaliças realizam irrigações com água coletada em reservatórios superficiais, a qual pode apresentar elevada concentração de sais dissolvidos. O substrato utilizado deve proporcionar as melhores condições para o aproveitamento do potencial produtivo, devendo apresentar características físicas, químicas e biológicas apropriadas para que possa permitir pleno crescimento das raízes e da parte aérea (Setubal; Afonso Neto, 2000), visando produção de mudas de boa qualidade e, consequentemente um bom desempenho em campo. Diante do exposto, objetivou-se avaliar a emergência das sementes e o crescimento inicial de abóbora moranga (Cucurbita maxima) sob salinidade da água de irrigação em dois substratos de natureza orgânica. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio experimental foi desenvolvido em Telado Agrícola do Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, Campus de Sobral, do dia primeiro a quinze de Fevereiro de 2017. As sementes foram postas para germinar em bandejas de isopor de 128 células, com os substratos fibra de coco e esterco caprino, em delineamento casualizado no esquema fatorial de 5 x 2, sendo cinco concentrações de sais (0,5; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 dS m-1) e dois substratos (fibra de coco e esterco caprino) com cinco repetições. A irrigação diária correspondente a cada concentração de sal foi efetuada manualmente com o auxílio de pissetas. A porcentagem de emergência das sementes foi observada a partir do sexto dia após a semeadura, quando emergiu a primeira plântula de abóbora moranga. Aos quinze dias após a semeadura, realizou-se a avaliação final do ensaio, mensurando-se a Altura da planta (AP), Diâmetro do caule (DC), Número de folha por planta (NF), Comprimento de raiz (CR), Massa seca da parte aérea (MSPA) e Massa seca da raiz (MSR). Os dados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade, ao teste F para a análise de variância e ao teste de Tukey para a comparação de médias, todos

a 5% de probabilidade, utilizando o software ASSISTAT 7.7 Beta versão gratuita (SILVA; AZEVEDO, 2009). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 está expresso o Gráfico referente à variável percentagem de germinação de abóbora moranga em função da salinidade na água de irrigação em dois substratos nas plantas. Observa-se na análise da Figura 1, que com o acréscimo nos níveis de salinidade houve uma redução linear na germinação das sementes, que variou de 96% negativamente para 60%, nos níveis de 0,30 a 6,0 dS m-1. Ribeiro et al., (2016) estudando o estresse salino em maracujazeiro, observaram resultados semelhantes, em que o incremento dos níveis de salinidade da água de irrigação promoveu redução linear decrescente na percentagem de emergência de (91%) foram constatados para o menor nível de salinidade (0,27 dS m-1) e os maiores (47 %) para o maior nível de salinidade (5,5 dS m-1).

Figura 1. Gráfico referente à variável percentagem de germinação de abóbora moranga em função da salinidade na água de irrigação em dois substratos nas plantas.

De acordo com Moterle et al., (2006) e Ribeiro et al., (2006) a diminuição da porcentagem de germinação das sementes em condições de salinidade está ligada a dificuldade de absorção da água, devido a potenciais hídricos muito negativos, especialmente no início da embebição, influenciando a absorção de água, podendo inviabilizar a sequência de eventos relacionados ao processo germinativo. A partir da condutividade de 3,0 dS m-1. Em estudo avaliando os efeitos da salinidade da água de irrigação sob o substrato, a emergência de plântulas e a biomassa de mudas de maracujazeiro amarelo, Beserra et al., (2014), verificaram uma redução de 86,2 para 32,6% da percentagem de emergência, devido ao uso da água de menor (0,30 dS m-1) e maior (4,0 dS m1

) salinidade. Na Figura 2 estão expressos os gráficos das variáveis (A) Altura da planta (ALT), (B)

Diâmetro da planta (DP), (C) Número de folhas (NF), (D) Comprimento de raiz (CR), (E)

Massa seca da parte aérea (MSPA), (F) Massa seca da Raiz (MSR) em função da salinidade na água de irrigação em dois substratos nas plantas de abóbora moranga.

Figura 2. Gráfico referente às variáveis (A) Altura da planta (ALT), (B) Diâmetro da planta (DP), (C) Número de folhas (NF), (D) Comprimento de raiz (CR), (E) Massa seca da parte aérea (MSPA), (F) Massa seca da Raiz (MSR) em função da salinidade na água de irrigação em dois substratos nas plantas de abóbora moranga.

No Gráfico A, observou-se que para ambos os substratos testados a altura da planta teve decréscimo em função do aumento das concentrações de sais na água de irrigação, sendo significativo a 1,0%, no esterco caprino, o efeito dos sais foi ainda mais expressivo do que nas plantas cultivadas com fibra de coco. Observou-se que o diâmetro do caule, comprimento de raiz, massa seca da parte aérea e porcentagem de emergência das plantas de abóbora moranga, apresentaram decréscimo linear, à medida que aumentou a concentração dos sais na água de irrigação, Gráficos B, D, E e G, respectivamente. Com relação aos substratos, notou-se que a altura de planta e o numero de folhas, o efeito deletério dos sais mais notório em plantas cultivadas no esterco caprino, conforme

Gráficos A e C, já na massa seca da raiz, o comportamento não foi o mesmo, pois as plantas de abóbora apresentaram menor massa seca das raízes a partir de 3,0 dS m-1, conforme se observa no Gráfico F. Tabela 1 – Valores médios referentes à porcentagem de emergência e desenvolvimento inicial da parte aérea de Abóbora Moranga em função da salinidade na água de irrigação em dois substratos, esterco caprino e fibra de coco. IFCE - Campus Sobral, Sobral-CE, 2017. Variáveis Substratos %E AP CR DC NF MSPA+MSR Fibra de coco 100a 6,5a 4,1a 0,95a 3,58a 0,061a Esterco caprino 93b 2,9b 2,7b 0,75b 1,48b 0,021b DMS 4,950 0,316 0,394 0,081 0,263 0,014 %E: porcentagem de emergência; AP: altura de planta (cm); CR: comprimento de raiz (cm); DC: diâmetro de caule (mm); NF: número de folha por planta; MSPA: massa seca da parte aérea (g); MSR: massa seca de raiz (g) e DMS: diferença mínima significativa. As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Na Tabela 1, em relação à fibra de coco, todas as variáveis foram significativas em relação ao substrato fibra de coco e esterco caprino, exceto para comprimento de raiz e para a massa seca da raiz, ou seja, tal fato admite-se inferir que o substrato fibra de coco pode reduzir os efeitos dos sais sob as plantas nele cultivadas. Os resultados alcançados demonstram a importância do desenvolvimento de pesquisas sobre resposta de cultivares de espécies de interesse agronômico em condições ambientais em que o uso de água salina para irrigação seja inevitável, pois, de acordo com Flowers (2004) e Flowers e Flowers (2005), a tolerância à salinidade é variável entre espécies e, mesmo em uma espécie, entre estádios de desenvolvimento, em cada fase a tolerância a salinidade é controlada por mais de um gene e altamente influenciada por fatores ambientais. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que a abórora moranga teve sua percentagem de emergência e seu crescimento inicial reduzido em função do aumento da concentração dos níveis de sais, numa CE variando de 0,3; 1,5; 3,0, 4,5 e 6,0 dS m-1, demonstrando-se não resistente ao aumento dos níveis de sais na água da irrigação. REFERÊNCIAS BESERRA, M. A. F.; PEREIRA, W. E.; BESERRA, F. T. C.; CAVALCANTE, L. F.; MEDEIROS, S. A. S. Água salina e nitrogênio na emergência e biomassa de mudas de maracujazeiro amarelo. Revista Agropecuária Técnica, v. 35, n. 1, p 150–160, 2014. CARMO, G. A.; OLIVEIRA, F. R. A.; MEDEIROS, J. F.; OLIVEIRA, F. A.; CAMPOS, M. S.; FREITAS, D. C. Teores foliares, acúmulo e partição de macronutrientes na cultura da abóbora irrigada com água salina. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.15, n.5, p.512-518, 2011. FLOWERS, T. J.; FLOWERS, S. A. Why does salinity pose such a difficult problem for plant breeders? Agricultural Water Management, v.78, p.15-24, 2005.

FLOWERS, T. J. Improving crop salt tolerance. Journal of Experimental Botany, v.55, p.307-319, 2004 MEDEIROS, J. F; SILVA, M. C. C.; SARMENTO, D. H. A.; BARROS, A. D. Crescimento do meloeiro cultivado sob diferentes níveis de salinidade, com e sem cobertura do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.11, n.3, p.248-255, 2007. MOTERLE, L.M.; LOPES, F.C.; BRACCINI, A.L.; SCAPIM, C.A. Germinação de sementes e crescimento de plântulas de cultivares de milho-pipoca submetidas ao estresse hídrico e salino. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.28, n.3, p.169-176, 2006. RESENDE, G. M.; BORGES, R. M. E.; GONÇALVES, N. P. S. Produtividade da cultura da abóbora em diferentes densidades de plantio no Vale do São Francisco. Horticultura Brasileira, v.31, n.3, p.504-508, 2013. RIBEIRO, A. A.; MOREIRA, F. J. C.; SEABRA FILHO, M.; MENEZES A. S. Emergência do maracujazeiro-amarelo sob estresse salino em diferentes substratos. Brazilian Journal of Biosystems Engineering. v. 10(1): 27-36, 2016. DOI: 10.18011/bioeng2016v10n1p27-36 SETÚBAL, J. W.; NETO, C. A. F. Efeito de substratos alternativos e tipos de bandejas na produção de mudas de pimentão. Horticultura Brasileira, 18, 593-594. 2000.